A falta de eficiência e o apagão da mão-de-obra
Muito tem se falado do apagão de mão de obra no Brasil e do despreparo para o nosso próprio sucesso. Esta é a mais pura verdade. Estamos, como os economistas costumam dizer, “no pleno emprego”, ou seja, só está desempregado quem quer, pois há oportunidades para todos.
Estão faltando brasileiros então? Não podemos crescer mais por falta de gente? Agora que era a nossa vez, nem decolamos e já estamos com falta de recursos humanos?
Não, não falta ninguém! Falta eficiência! Falta fazer bem feito e muito mais com os recursos que temos. O Brasil ineficiente me faz lembrar aquela pilhéria que diz serem necessárias 11 pessoas para trocar uma lâmpada, sendo uma para segurá-la e 10 para girarem a escada.
Neste grau de eficiência, vai faltar gente para tudo mesmo.
A raiz desta falta de eficiência está, sem dúvida nenhuma, na negligência governamental à educação básica e técnica. É neste momento, em que o Brasil mais precisa de gente qualificada, que saiba calcular, raciocinar, interpretar textos, que o descaso à formação mostra a sua cara feia.
A inflação, que insiste em ficar perigosamente alta, mesmo com um crescimento econômico mirrado, é alimentada por aquilo que não se consegue importar: a mão de obra brasileira! Vejam que irônico: a inflação brasileira é alimentada pela falta de educação! Pois há falta de eficiência e, portanto, para suprir as necessidades, contrata- -se mais e mais caro a cada dia.
A falta de eletrodomésticos, carros e roupas não são mais a “lenha” da inflação. O que a alimenta são os serviços, ou seja, o trabalho direto. Mas como sair desta armadilha?
Por parte do governo, serão necessários maciços investimentos em educação básica e, principalmente, técnica. Por parte dos empresários, continuar a fazer o que já vem sendo feito com o SESI e o SENAI e ainda mais, formando em suas bases profissionais específicos.
Como a ANAPRE pode contribuir? Por intermédio de seus diretores e associados pode colaborar apresentando ao mercado máquinas, ferramentas técnicas e inovações para aperfeiçoar o setor de pisos e revestimentos de alto desempenho.
Pode continuar promovendo cursos e seminários que visam aprimorar o conhecimento do profissional que atua neste segmento. Importante passo foi dado com a iniciativa de realizar o 1º Seminário Nacional de RAD, que visa apresentar e discutir novas técnicas de uso e aplicação de RAD para qualificar ainda mais os profissionais.
Além disso, deve incentivar o setor a seguir as recomendações técnicas que orientam associados, clientes e sociedade em geral sobre diretrizes e sugestões sobre projeto e execução de pisos industriais, pois um mercado que se pauta em diretrizes para bons procedimentos só tende a crescer.
Então, se a ANAPRE está contribuindo para a eficiência do País, só resta cada um fazer a sua parte. Venha somar esforços e dar fim ao apagão de mão de obra.